Como se não bastasse a disparidade de poder no atendimento de interesses dentro das universidades públicas, espaços dito democráticos, o corpo hegemônico ainda tenta nos excluir das principais decisões.
“O sistema democrático prevê uma doutrina e regime político baseado nos princípios da soberania popular”.O sistema democrático prevê uma doutrina e regime político baseado nos princípios da soberania popular. Assim, buscando atender às demandas de sua comunidade, os gestores públicos deveriam não apenas consultá-la, mas fazer com que a mesma fosse participativa nas suas decisões.
Essa comunidade, co-autora das ações, efetivaria e legitimaria um sistema democrático, público e não privado. O que na prática não é visto.
Na última reunião do CONCAM (conselho de campus) da UFSCar Sorocaba, ocorrida em 26 de agosto, foi decidido que discentes e técnicos administrativos não participariam da votação para escolha de proposta para estrutura departamental – acima de tudo política - do campus. No mínimo engraçado, afinal aproximadamente 60% do conselho é composto por docentes, os quais decidiram que somente seus pares poderiam votar por tal sentença.
Haveria uma justificativa, de que o tempo de permanência e vivência profissional dentro das universidades de um docente seja maior, ao passo que um discente teria uma participação passageira. Contudo, essa idéia não se aplicaria aos técnicos administrativos, os quais também poderiam estar durante anos nessas instituições de ensino, bem como ao corpo discente cuja formação é uma prioridade dos departamentos de toda universidade.
O que poderia validar tal decisão? Qual é o medo? A meu ver, seria o interesse político de um dos segmentos acadêmicos se impondo à participação da comunidade na discussão a respeito do tema – a estrutura do campus. Se desde o início todos tivessem sido convidados a participar dos debates e construção das propostas, e que tivessem se negado a contribuir, aí sim, o argumento seria legítimo. Ação essa que no caso não se aplica.
Protesto pela legitimidade de representação no sistema democrático e pelos interesses públicos que devem orientar a construção de uma universidade pública. Esta não é uma universidade privada. Solicito o cumprimento dos princípios e propostas assumidas nas últimas eleições para reitoria – “Universidade promotora de valores democráticos e de cidadania” e “Gestão democrática, participativa e transparente”. Reclamo em nome da vergonha de estar num campus em que a hegemonia de poder, por hora, se sobrepõe aos interesses da universidade pública.
Fábio Ortolano é presidente do Diretório Acadêmico e representante discente junto ao CONCAM (Conselho do Campus).
“O sistema democrático prevê uma doutrina e regime político baseado nos princípios da soberania popular”.O sistema democrático prevê uma doutrina e regime político baseado nos princípios da soberania popular. Assim, buscando atender às demandas de sua comunidade, os gestores públicos deveriam não apenas consultá-la, mas fazer com que a mesma fosse participativa nas suas decisões.
Essa comunidade, co-autora das ações, efetivaria e legitimaria um sistema democrático, público e não privado. O que na prática não é visto.
Na última reunião do CONCAM (conselho de campus) da UFSCar Sorocaba, ocorrida em 26 de agosto, foi decidido que discentes e técnicos administrativos não participariam da votação para escolha de proposta para estrutura departamental – acima de tudo política - do campus. No mínimo engraçado, afinal aproximadamente 60% do conselho é composto por docentes, os quais decidiram que somente seus pares poderiam votar por tal sentença.
Haveria uma justificativa, de que o tempo de permanência e vivência profissional dentro das universidades de um docente seja maior, ao passo que um discente teria uma participação passageira. Contudo, essa idéia não se aplicaria aos técnicos administrativos, os quais também poderiam estar durante anos nessas instituições de ensino, bem como ao corpo discente cuja formação é uma prioridade dos departamentos de toda universidade.
O que poderia validar tal decisão? Qual é o medo? A meu ver, seria o interesse político de um dos segmentos acadêmicos se impondo à participação da comunidade na discussão a respeito do tema – a estrutura do campus. Se desde o início todos tivessem sido convidados a participar dos debates e construção das propostas, e que tivessem se negado a contribuir, aí sim, o argumento seria legítimo. Ação essa que no caso não se aplica.
Protesto pela legitimidade de representação no sistema democrático e pelos interesses públicos que devem orientar a construção de uma universidade pública. Esta não é uma universidade privada. Solicito o cumprimento dos princípios e propostas assumidas nas últimas eleições para reitoria – “Universidade promotora de valores democráticos e de cidadania” e “Gestão democrática, participativa e transparente”. Reclamo em nome da vergonha de estar num campus em que a hegemonia de poder, por hora, se sobrepõe aos interesses da universidade pública.
Fábio Ortolano é presidente do Diretório Acadêmico e representante discente junto ao CONCAM (Conselho do Campus).