segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

[Silêncio] Cuidemos do que é nosso!

Cartazes de festas, de congressos, de simpósios, de eventos beneficentes e de palestras, painéis informativos, de rifas, de vagas em república, de assembléia entre alunos e até piadas. Ah, já ia me esquecendo das inúmeras sulfites com a expressão “silêncio”.
As tantas folhas que por hora encontramos pela universidade nos mostram o quanto dizemos por papéis e silenciamos nossa comunicação. Todos passam e despercebidos notam qualquer palavra solta no caminho. Será que alguém, ao descer a escada e se deparar com a mesma mensagem na porta, nos vidros, em baixo da escada, no saguão
de entrada e na outra porta, ainda olhará as informações no mural?
Os murais, espaços normalmente reservados para a comunicação, tornam-se locais de notícias antigas, mensagens ultrapassadas e ainda sem qualquer organização. As portas, vidros, janelas e paredes ficam carregadas de fitas adesivas velhas, restos de papéis, colas ressecadas e lotadas de lixo. Além de ignorarmos e fazermos pouco caso à poluição visual esquecemo-nos de que estamos tratando de um prédio público, o qual raramente tem recursos para sua manutenção.
Assim, com que direito permanecemos a fazer isso? O fato de eu mesmo já ter posto um desses informativos no vidro não me impede de mudar de atitude e ter consciência
que também sou responsável pelo patrimônio público.
Seria tão mais fácil e eficiente se não nos silenciássemos e somente os murais fossem locais de informativos e de divulgação de festas, eventos, etc. Melhor ainda seria se todos nós nos preocupássemos com nossa universidade, bem como com todos os espaços públicos.

sábado, 4 de outubro de 2008

Representação discente junto aos órgãos colegiados da UFSCar

A UFSCar, mantendo sua tradição democrática, realizou no dia 27 de agosto as eleições, em seus três campus, para escolha de representantes docentes,
discentes e técnicos administrativos junto aos seguintes conselhos: Conselho Universitário (ConsUni); Conselho de Graduação (CoG); Conselho de Pósgraduação (CoPG); Conselho de Pesquisa (CoPq); Conselho de Extensão (CoEx) e Conselho de Administração (CoAd).
Para tanto, nós, do diretório acadêmico do campus Sorocaba enviamos 8 (oito) nomes de discentes interessados em compor esses conselhos, os quais foram eleitos com os maiores índices de votação. Sendo assim, agradecemos a toda comunidade discente de Sorocaba pelo apoio e incentivo dado a esses alunos, aos quais parabenizamos e esperamos que façam um bom trabalho como nossos representantes.
São eles: Conselho Universitário: Daniele Soares (Efetiva) e Débora Antunes (Suplente);
Conselho de Graduação: Juliana Junko (Efetiva) e Maria José Ermione (Suplente);
Conselho de Extensão: Tainá Aguiar (Efetiva) e Ângela Teberga (Suplente);
Conselho de Administração: Hector Barros (Efetivo) e Jean Casuccio (Suplente).
No próximo dia 30 de setembro realizaremos uma reunião com todos os discentes eleitos, então, convidamos todos a participarem desse encontro de esclarecimentos. Façamos com que nossa universidade não seja somente um espaço democrático, mas também de discussão, produção e política. Informe-se.

Fábio Ortolano é discente do curso de Turismo e representante discente junto ao ConCam.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Escola


Iniciei meus estudos no ano de 1992 na rede pública de ensino. Bons tempos aqueles,de feira de ciência, grêmio estudantil, festas da pizza, junina, etc. Passei oito anos da minha vida na Escola Estadual Profª Maria José de Mattos Gobbo, e lá conheci grandes homens e mulheres.

Lembro-me, com saudades e satisfação, de uma comemoração do dia das bruxas na qual minha classe ganhou o prêmio de melhor destaque na festa. Não me orgulho somente dos créditos, mas da cooperação e do comprometimento que houve por parte dos alunos. Contudo, recordar algumas coisas, por hora, pode nos deixar tristes. Certo dia eu estava descendo a escada que dava para as salas de baixo e me dei conta de quanto à escola havia mudado. Foi uma sensação horrível. Me senti roubado, injustiçado, desprotegido e impotente. Eu era muito novo e não entendia os motivos de tanta decadência. Acreditava apenas que os grandes responsáveis eram políticos injustos.

Não tinham mais aquelas festas, os grêmios mal se formavam e não tinha motivos para a biblioteca se não havia incentivos à leitura e mal se falava de literatura nas aulas de português. A única coisa que lembro é de um trabalho que fiz sobre arcadismo. Só! E a inclusão digital? Não sei se dou risada ou choro. Sei que só pude tocar no computador de lá duas vezes. Na verdade, as únicas pessoas que utilizavam os computadores eram funcionários da escola. Irônico não é? Estes certamente tinham acesso a essas tecnologias. Não os culpo, afinal, são também vítimas de um sistema de educação quase falido.

Nos últimos anos que estudei naquela escola, já freqüentava outra instituição de ensino privado, entretanto, não queria deixar a minha “velha” escola, na qual eu havia passado boa parte da minha infância e adolescência. Lá estive por mais um ano e meio.

Hoje, novamente em uma instituição de ensino público, orgulho-me da minha antiga escola e acredito que devo a ela grande parte de minha determinação. Agora, enquanto um adulto, minha visão é outra. O problema vai muito além da corrupção ou da falta de interesse de nossas autoridades. Todos nós temos uma parcela de culpa quando nos mantemos alienados e indiferentes com o que é público.

E quando me perguntam como era estudar em uma escola pública, embora eu fale de suas deficiências, falo também de suas qualidades. E faço isso dentro das minhas possibilidades de observação, do que considero importante para uma instituição de ensino público, pertencente a todos os cidadãos, pois para mim serão as festas culturais, as feiras de ciência e os grêmios estudantis que farão do estudante um ser pensante, consciente e responsável por toda esfera social.



Fábio Ortolano

sexta-feira, 11 de julho de 2008

A vida Universitária




A universidade tem como um de seus propósitos principais a formação de um corpo discente altamente qualificado, consciente do valor de uma instituição de ensino superior para a comunidade. E para atingir tal finalidade a Universidade Federal de São Carlos busca a excelência acadêmica, bem como desenvolver ações e projetos associados ao compromisso social, pois além de sua importância no cenário científico do país, sua função é trazer o diferencial e melhorar a qualidade de vida de toda esfera social.
Tais objetivos só são alcançados se todos atuarem na formação da identidade da universidade, assim, é de inestimável importância que discentes, docentes e técnicos administrativos estejam
engajados com a vida universitária, que não se limitem somente em pesquisas científicas, em trabalhos em sala de aula, em suas funções e em projetos acadêmicos, pois embora os últimos sejam essenciais, não são capazes de sozinhos construir a vida universitária, afinal as universidades são também constituídas pelas práticas culturais e políticas que moldarão seus caracteres e singularidades, tal como de seus membros.
Perante isso, consideramos que a vida cultural contempla e completa essas necessidades proporcionando inúmeros encontros, do novo com o tradicional; dos padrões com a diversidade; das políticas com as artes; da comunicação com a percepção; da palavra com o som e a imagem, criando dessa forma espaços de grande produtividade e criatividade. Semelhantemente a vida política interfere e transforma todas as atividades e ambientes em espaços de uma sociabilidade democrática.
E você, o que faz da sua vida universitária? Qual seu papel na construção da identidade da UFSCar? E o que ela te acrescenta?


“Escreva sua história na areia da praia, para que as ondas a leve através dos sete mares, até tornar-se lenda na boca de estrelas cadentes. Conte sua história ao vento, cante a nos bares para os rudes marujos, aqueles cujos olhos são faróis sujos e sem brilho. Escreva no asfalto com sangue, grite bem alto a sua história, antes que ela seja varrida na manhã seguinte pelos garis. Abra o peito em direção aos canhões, suba nos tanques de Pequim, derrube os muros de Berlim, destrua as cátedras de Paris. Defenda sua palavra, a vida não vale nada se você não tem nenhuma história pra contar” (Claufe Rodrigues)

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Opniões: Debate entre as chapas que pleiteiam a reitoria da UFSCar

1.
Como grande parte dos estudantes já devem saber, dia 18/06 acontecerá a consulta à comunidade da UFSCar. Trata-se de uma consulta, pois legalmente o Conselho Universitário é o responsável pela indicação dos nomes aos cargos de reitor e vice-reitor, porém um acordo firmado internamente nesta instituição garante que o nome indicado pela comunidade seja acatado pelo Conselho.
Esta consulta definirá qual chapa assumirá a reitoria nos próximos quatro anos. Neste ano temos duas chapas concorrendo. Assim, é de fundamental importância conhecer ambas as propostas para que uma escolha consciente seja realizada.
O debate que aconteceu aqui em Sorocaba no dia 04/06 evidenciou a diferença entre a postura de cada chapa, revelando desta forma quem estava realmente preocupado com o nosso campus. Pode-se verificar, na construção do material de propostas da chapa 1, que houve a participação de funcionários, discentes e docentes, não só do nosso campus como dos demais. Já a chapa 2, embora conste na capa do seu material a palavra “colaboração”, esta não aconteceu na sua construção, e a justificativa dada foi a falta de tempo hábil para esta consulta, o que julgamos falso, pois ninguém decide participar de uma disputa repentinamente, ainda mais tratando-se de cargos tão importantes numa universidade.
Acreditamos que antes das inscrições das chapas estes já pretendiam pleitear a sucessão. O que acreditamos ser o principal ponto da chapa 1 é a sua ênfase em compromisso social. Devemos ressaltar que este não é um compromisso qualquer, mas sim um compromisso embutido na indissociabilidade do tripé ensino-pesquisa-extensão, ou seja, garantindo que todo o conhecimento produzido em qualquer um destes pólos deve ser devolvido à sociedade, uma vez que esta é a mantenedora da instituição e a grande maioria da população não tem acesso, tornando essa obrigação ainda maior. O que não foi citado em nenhum momento pela chapa 2.
Um último aspecto, não menos importante, é a democracia dentro da instituição (paridade de votos). Quando perguntado às chapas se eram favoráveis, a chapa 2 esquivou-se e apenas disse como este direito é mal utilizado pelos estudantes. Portanto, para bom entendedor isto significa que, ao assumir, esta paridade conquistada corre o risco de não mais existir.

Maria José Blondel Enrione e Débora dos Santos Mota são discentes do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas e participantes do conselho para sucessão da reitoria da UFSCar


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2.
Nada como o bom e velho debate para entendermos e considerarmos os discursos proferidos por cada chapa, no entanto, aqui faço meu protesto pela forma que a última discussão foi organizada, de forma que as perguntas eram previamente construídas, inibindo, assim, qualquer manifestação durante a conversa entre os que pleiteiam a reitoria da universidade com toda a comunidade da UFSCar campus Sorocaba.
De um lado um grupo (chapa 1) com um discurso quase assistencialista, carregado de promessas e idealizações, que até podem ser executadas futuramente, apontando a todo momento o trabalho da universidade associado ao compromisso social, salientando a importância de uma universidade pública para todos e de projetos de ações afirmativas. Diante disso, devemos compreender que o ensino superior só vem completar um histórico de educação constituído desde o ensino fundamental, e que a universidade não pode se apropriar de responsabilidades do Estado, maquiando a desestruturação do ensino público e tomando como sua principal obrigação a inclusão social. Embora, seja lógico, que a universidade deva se preocupar com essas questões, transformando-se num espaço que abrigue a diversidade étnica, cultural, de classes e assim por diante. Pois só assim alcançará a excelência.
Do outro lado, uma equipe (chapa2) que mal se articulava, não respondia de fato às perguntas encaminhadas e que ao final, vergonhosamente, pronuncia em sua fala uma perspectiva de fracasso, pelo menos no que diz respeito ao campus de Sorocaba. Colocando como “slogan” de sua proposta Renovação Já, mas em momento algum falou das mudanças a serem realizadas. Apontava somente, como em outro encontro anteriormente ocorrido, o interesse em desenvolver pesquisas, até mesmo através de parcerias com a iniciativa privada, dessa forma, proferindo um discurso voltado aos interesses próprio. Ora, como um grupo se propõe a organizar, renovar e administrar o sistema universitário da UFSCar, se nem ao menos coloca objetivos claros que contemplem todas as responsabilidades de uma universidade? Certamente apoiada apenas nas pesquisas científicas, ficará limitada aos interesses pessoais de uma minoria.
Sendo assim, na minha opinião, mais vale uma equipe sonhadora que possa vir a ser cobrada no futuro sobre suas responsabilidades e obrigações, do que um grupo distante que só enxerga os interesses próprio. Convém ressaltar que essa é uma leitura pessoal de tudo que fora exposto. Cada um deve tirar suas próprias conclusões. Essas foram as minhas até presente momento.
Fábio Ortolano é discente do curso de Turismo e participante do conselho para sucessão da reitoria da UFSCar.

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Convém informar que não encontramos alguém, do campus Sorocaba, que se declarasse a favor da chapa 2, para que colocássemos sua opinião nesse boletim. No entanto, nos comprometemos a publicar, caso apareça, um posicionamento a favor de tal chapa. E agradecemos os discentes e docentes que contribuíram com a publicação dessa edição extraordinária. Informamos também que a partir da próxima edição o boletim passará a fazer parte, como coluna, do jornal O Caso.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Projeto Musica na Cidade: Grupo Axial


fotos: Marcelo Ximenez



Site do Axial: http://www.axialvirtual.com

O grupo que já passou por algumas partes do mundo mostrando seu rico e singular trabalho apresentou no último mês, com orgulho, algumas das músicas de seu repertório no projeto Música na Cidade da UFSCar Sorocaba. Os que prestigiaram o show tiveram a oportunidade de conhecer o encontro da arte musical com a visual, tocados não apenas pelas músicas, mas acima de tudo pelas mensagens.

Uma das canções fora feita a partir de escritos musicalizados de uma interna de hospício. A arte, sem dúvida, é na maior parte das vezes uma construção insana.

Fábio Ortolano é discente do curso de Turismo da Universidade Federal de São Carlos

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Eleições para sucessão da reitoria da UFSCar

Durante o primeiro semestre desse ano ocorrerá nos três campi da universidade a eleição para a sucessão da reitoria da UFSCar, e para tal evento é de extrema importância que docentes, discentes e funcionários estejam conscientes das implicações e conseqüências decorrentes da formação de um novo grupo gestor, bem como estarem engajados com a vida política universitária, pois esse é o principal mecanismo que detemos para transformar a universidade num espaço democrático.
Diante disso, convém informar que, provavelmente, duas chapas disputarão as futuras eleições, e que no período que antecede a votação, estarão apresentando suas propostas, daí a importância de todos estarem atentos aos discursos dirigidos pelas mesmas. Uma delas, por exemplo, realiza periodicamente reuniões para a construção de um plano gestor, de forma que todos os segmentos da universidade podem participar e dar sua contribuição. Para tanto, também se faz importante a participação de todos.
Assim, o tempo que antecede o pleito constitui-se um período propício e fértil à criação de propostas, sugestões e idéias para futuras ações e políticas dentro da universidade. É o momento no qual são consolidadas as frentes de direcionamento dos recursos universitários, portanto, cabe a todos nós não nos mantermos alienados ao processo eleitoral para que posteriormente possamos cobrar pelo que nos foi assegurado.

Fábio Ortolano é discente do curso de Turismo e participante do conselho pra sucessão da reitoria da Universidade Federal de São Carlos.

Fim da Paridade de votos

A constituição universitária brasileira sugere que as universidades tomem suas decisões com a participação de todos os membros da universidade, concedendo 70% do seu poder aos docentes, 15% aos discentes e 15% aos técnicos e funcionários.
Diferentemente a esse sistema de eleição, desde 1988 a Universidade Federal de São Carlos optou por um método mais democrático, implantando assim, a paridade de votos, na qual todos os setores apresentam a mesma representatividade.
Todavia, durante reuniões realizadas esse ano pelo conselho universitário, em São Carlos, numa ação de retrocesso, cogitou-se o cancelamento da paridade de votos, voltando dessa forma, ao sistema anterior de caráter menos democrático. Mas como as eleições desse ano já estavam próximas deixaram essa idéia para uma discussão posterior ao processo eleitoral.
Portanto, discentes, técnicos e funcionários devem militar por seus direitos e lutar por seus ideais , exigindo seus espaços dentro da universidade, pois uma instituição de ensino só se tornará excelente quando houver de fato democracia, já que todos têm a capacidade de votarem com consciência nas tomadas de decisões.

Fábio Ortolano é discente do curso de Turismo da Universidade Federal de São Carlos campus Sorocaba.